Síntese Informativa
O lado ético de Pobreza
A pobreza é muito mais que a simples insuficiência de recursos económicos. É também a exclusão social reveladora de perdas grandes na possibilidade de intervenção cultural, ambiental, política e familiar. A pobreza aparece então como a “incapacidade de desenvolver uma vida longa, saudável e criativa e de usufruir de um nível decente de vida com liberdade, dignidade, respeito por si próprio e respeito pelos outros”.
Segundo os critérios do mundo contemporâneo serão pobres todos aqueles que não conseguem intervir na sociedade em plena cidadania, por falta de recursos económicos, sociais ou culturais, todos aqueles que são colocados à margem e que pela doença, pela deficiência ou simplesmente pela diferença não têm autonomia para viver o presente nem capacidade para preparar o futuro. A pobreza real torna-se um desafio para a ética, já que esta reclama a dignidade humana para todos os cidadãos.
Reflectindo sobre isto, obrigamo-nos a avaliar a injustiça que a pobreza traz consigo. Todos toem direito à qualidade de vida, e os mais pobres vivem sem alguma; todos têm direito á cultura e os mais pobres não têm acesso á escola, à informação, á educação; todos têm direito ao trabalho e os mais pobres não têm emprego e se o têm recebem um salário ínfimo e estão sujeitos a riscos constantes; todos têm direito á assistência e á saúde e os mais pobres perdem-se em filas intermináveis nos Centros de saúde em listas de espera para cirurgias urgentes, em internamentos sem condições; todos têm direito á justiça e os mais pobres estão permanentemente condicionados pelas circunstâncias da insuficiência material e social; todos têm direito a uma habitação condigna mas muitos vivem na rua; todos têm direito á alimentação mas muitos passam fome.